Quando se fala na construção de Brasília, diversos nomes vêm à cabeça. Lúcio Costa, Oscar Niemeyer e o ex-presidente Juscelino Kubitschek são alguns deles. Mas pouco se fala sobre as mulheres que desbravaram o cerrado para levar adiante e concretizar o projeto da futura capital do Brasil.
A invisibilidade dessas mulheres na história recente brasileira é tema do filme Poeira & Batom no Planalto Central, dirigido pela cineasta Tânia Fontenele, e será um dos tópicos abordados por ela no debate Brasília Debate Cinema de Mulheres. A conversa ocorrerá nesta quarta-feira (30) e irá reunir cineastas mulheres da capital federal. O debate faz parte da Mostra Edital Carmen Santos – Cinema de Mulheres e Filmes Convidados, que segue até 4 de abril no CCBB Brasília.
Além desse bate-papo, também será realizado durante o festival o Debate com Diretoras da Mostra. O encontro discutirá, na sexta-feira (1º), a importância de ações voltadas para mulheres no audiovisual e o processo de produção de seus filmes. Os dois debates, gratuitos e abertos ao público, serão realizados logo após as sessões das 19h da mostra.
"A Carmen Santos é uma mostra de extrema relevância. Precisamos, cada vez mais, mostrar o protagonismo das mulheres e dar um basta nessa desigualdade. Temos de reconhecer que já avançamos, mas que ainda há muito que fazer, é todo um movimento para discutir a necessidade de maior equidade de gênero no País e no mundo", destaca Tânia Fontenele.
A cineasta Letícia Bispo, que dirigiu O sal dos Olhos, também participará do Debate Cinema de Mulheres. "É necessário existir esse espaço e essas oportunidades para que as mulheres possam fazer cinema e falar de seu cotidiano e de suas realidades, sem serem objetificadas, estereotipadas ou relegadas a um papel secundário", considera.
Representante do Festival Latinidades, Bruna Pereira enfatizou a importância de haver ações contínuas para ampliar a participação feminina no cinema e de que o debate tenha desdobramentos concretos. "A minha principal contribuição no debate é dar visibilidade à dificuldade de as mulheres negras acessarem o audiovisual como atrizes, roteiristas e diretoras. Há menos de 5% de atrizes negras com papel principal em filmes nacionais. Queremos mostrar que elas existem", afirma Bruna.
Debate na Casa de Rui Barbosa
A Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB), entidade vinculada do Ministério da Cultura (MinC), também promoverá, no Rio de Janeiro, o debate Políticas culturais de ação afirmativa: minorias sexuais e de gênero, que tomará o edital Carmen Santos Cinema de Mulheres como objeto de discussão. O evento ocorrerá nesta quarta-feira (30) e contará ainda com a exibição do curta-metragem Mulher Movente e de um teaser do média-metragem Ou isso ou aquilo, ambos premiados pelo edital e exibidos na mostra.
Participarão do debate Beatriz Taunay, diretora e roteirista de Mulher Movente; Raquel Stern e Hadija Chalupe, diretora e produtora de Ou isso ou aquilo, respectivamente; e Rodrigo Bouillet, cineclubista e organizador do Cineclube Tela Brasilis, no Rio de Janeiro.
A mostra
Com sessões até 4 de abril, a Mostra Edital Carmen Santos – Cinema de Mulheres e Filmes Convidados apresenta curtas e médias-metragens apoiadas pelo edital Carmem Santos, lançado pelo MinC em 2013, além de longas dirigidos por mulheres. Entre eles, Que horas ela volta?, de Anna Muylaert; Califórnia, de Marina Person; e Olmo e a gaivota, de Petra Costa.
As sessões ocorrem às 17h, 19h e 21h (segundas, quartas, quintas e sextas-feiras) e às 16h, 18h e 20h (sábados e domingos).
A iniciativa é do MinC, por meio da Secretaria do Audiovisual (SAv/MinC); do Centro Cultural Banco do Brasil de Brasília (CCBB/Brasília) e da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos.
Edital Carmen Santos
O Edital Carmen Santos foi lançado em 2013, resultado de parceria entre SAv/MinC, SPM e Empresa Brasil de Comunicações (EBC). Ele teve como objeto obras audiovisuais dirigidas por mulheres, podendo ser ficção ou documentário, com técnicas de animação ou não.
A iniciativa foi responsável pelo apoio a nove curtas-metragens de cinco minutos e seis médias-metragens de 26 minutos. Os filmes tiveram em suas equipes mulheres ocupando quase todas as funções e tratam de diversos assuntos, como o empoderamento feminino, sexualidade, estereótipos de gênero e violência contra a mulher, entre outros.
"Esta é uma iniciativa que merece ser destacada e replicada, para seguir incentivando e dando visibilidade à atuação das mulheres no universo do audiovisual", elogiou Angélica Valente, diretora do média De menino, de menina.
Debates abordam situação das mulheres no cinema
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29 March 2016, Brazil
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