FUNARTE meeting on policies for the arts

Fundação Nacional de Artes (FUNARTE),
08 November 2011, Brazil

Com a presença de artistas, produtores culturais e autoridades do setor, começou, nesta terça-feira (8/11), no Rio de Janeiro, o I Encontro Funarte de Políticas para as Artes. Na abertura do evento, o presidente da Fundação Nacional de Artes, Antonio Grassi, disse que, ao promover o encontro, a Funarte atende ao desafio de discutir o seu papel e interpretar a arte como uma necessidade da sociedade brasileira. Grassi informou que, a partir do ano que vem, a instituição irá promover encontros sobre políticas culturais em todo o Brasil.

O presidente da Funarte citou, ainda, o autor e diretor Domingos Oliveira que, em seu blog, publicou uma carta aberta a ele (Grassi), em que afirma: “O mercado é um primo rico, ele cuida de si mesmo. A cultura é uma matriarca respeitada, ela cuida de si mesma. A arte é tão sutil quanto violenta, tão frágil quanto fundamental. Sempre precisa dos artistas para defendê-la”. E, em outro trecho, conclui: “A arte engrandece a sociedade, que sem ela caminha para a barbárie… A arte é o melhor antidepressivo e a única atividade humana que realmente retrata o país”.

Também fizeram parte da mesa de abertura o secretário substituto de Articulação Institucional do Ministério da Cultura, Bernardo Machado; os diretores dos Centros de Artes Visuais, Xico Chaves; Artes Cênicas, Antonio Gilberto; Música, Bebeto Alves; e a diretora do Centro de Programas Integrados da Funarte, responsável pela organização do encontro. Ana Claudia Souza agradeceu o apoio do presidente da Funarte e da diretora executiva da instituição, Myriam Lewin, na realização do evento.

Para o secretário Bernardo Machado, ao lançar um olhar mais atento para as políticas culturais, o encontro já representa um avanço. Ele também defendeu a necessidade de se repensar uma política de incentivo às artes. E finalizou citando Mário de Andrade: “A arte é muito mais larga, humana e generosa do que a idolatria de gênios incondicionais; ela é sobretudo comum”.

Após a abertura, teve início o debate que reuniu o coordenador geral de Cidadania Cultural da Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural do MinC, Pedro Domingues; o gerente de Programação do Centro Cultural Banco do Brasil, a diretora da Ong Ação Social pela Música do Brasil, Fiorella Solares; o antropólogo José Márcio Barros, do Observatório da Diversidade Cultural; e o historiador José Maurício Dias, da Assessoria Especial da Presidência da Funarte. Os participantes falaram sobre suas experiências e projetos e abordaram o tema “Diversidade e Cidadania”.

Para o coordenador de Cidadania Cultural do MinC, Pedro Domingues, a pauta dos direitos humanos deve prevalecer na formulação de políticas para a cultura. “Construir cidadania é missão de Estado, em conjunto com a sociedade. É fundamental que as políticas desenvolvidas sejam percebidas pelo conjunto da população e por ela avaliadas”.

O gerente de Programação do CCBB-RJ, Francisco Raposo, informou que o centro cultural recebe em torno de 11 mil pessoas por mês e que, entre os anos de 1989 e 2010, investiu R$ 329 milhões em projetos culturais e teve cerca de 52 milhões de visitantes.

Já a diretora da Ong Ação Social pela Música do Brasil, Fiorella Solares, falou sobre o projeto que tem ajudado a transformar a realidade de crianças e adolescentes, entre 6 e 16 anos, de várias comunidades carentes do Rio de Janeiro e de cidades como Campos, no norte fluminense, e Juiz de Fora, em Minas Gerais.

O antropólogo José Márcio Barros, do Observatório da Diversidade Cultural destacou a importância do trabalho de pesquisadores, consultores e professores que, além de fazer o acompanhamento crítico de programas, políticas e ações, cumprem o papel de transformar informação em conhecimento. Segundo José Márcio, há um vínculo indissolúvel entre cultura e política e um dos maiores desafios é transformar um país tão rico, simbolicamente, e, ao mesmo tempo, tão desigual na distribuição de riquezas, num país plural.

O historiador, José Maurício Dias, da Assessoria Especial da Presidência da Funarte, falou sobre o programa Microprojetos Mais Cultura Rio São Francisco, que será lançado em breve e defendeu a necessidade de ampliar o acesso aos mecanismos de fomento a populações que, historicamente, não tem esse tipo de apoio.

No encerramento, artistas da Escola Nacional de Circo, fizeram uma apresentação no Pilotis do Palácio Gustavo Capanema, no Centro. O Encontro Funarte de Políticas para as Artes prossegue até o dia 10 de novembro, com mesas de experiências e de exposições, além de grupos de trabalho de boas práticas e mostras artísticas.

 

http://www.funarte.gov.br/artes-integradas/funarte-debate-ate-quinta-feira-politicas-para-as-artes/